Comware 7: Configuração de VXLAN com BGP EVPN

O Ethernet Virtual Private Network (EVPN) é uma tecnologia VPN de Camada 2 VPN que fornece conectividade entre dispositivos tanto em Camada 2 como para Camada 3 através de uma rede IP. A tecnologia EVPN utiliza o MP-BGP como plano de controle (control plane) e o VXLAN como plano de dados/encaminhamento (data plane) de um switch/roteador. A tecnologia é geralmente utilizada em data centers em ambiente multitenant ( com múltiplos clientes e serviços) com grande tráfego leste-oeste.

A configuração do EVPN permite ao MP-BGP automatizar a descoberta de VTEPs, assim como o estabelecimento de tuneis VXLAN de forma dinâmica, a utilização de IRB (Integrated Routing and Bridging) anuncia tanto as informações  de Camada 2 e 3 para acesso ao host, fornecendo a utilização do melhor caminho através do ECMP e minimizando flood do trafego multidestination (BUM: broadcast,unicast unknown e multicast)  .

Em resumo o EVPN possui um address Family que permite que as informações de MAC, IP, VRF e VTEP sejam transportadas sobre o MP-BGP, que assim permitem aos VTEPs aprender informações sobre os hosts (via ARP/ND/DHCP etc.).

O BGP EVPN distribui e fornece essa informação para todos os outros pares BGP-EVPN dentro da rede.

Relembrando o VXLAN

O VXLAN prove uma rede de camada 2 sobreposta (overlay) em uma rede de camada 3 (underlay). Cada rede sobreposta é chamada de segmento VXLAN e é identificada por um ID único de 24 bits chamado VNI – VXLAN Network Identifier ou VXLAN ID.

A identificação de um host vem da combinação do endereço MAC e o VNI.  Os hosts situados em VXLANs diferentes não podem comunicar entre si (sem a utilização de um roteador). O pacote original enviado por um host na camada 2 é encapsulado em um cabeçalho VXLAN que inclui o VNI associado ao segmento VXLAN que aquele host pertence.

Os equipamentos que transportam os tuneis VXLAN são chamados de VTEP (VXLAN tunnel endpoints).

Quando um VXLAN VTEP ou tunnel endpoint comunica-se com outros VXLAN VTEP, um túnel VXLAN é estabelecido. Um túnel é meramente um mecanismo de transporte através de uma rede IP.

Todo o processamento VXLAN é executado nos VTEPs. O VTEP de entrada encapsula o tráfego com cabeçalho VXLAN, mais um cabeçalho UDP externo , mais um cabeçalhos IP externo, e então encaminha o tráfego por meio de túneis VXLAN. O VTEP do destino remove o encapsulamento VXLAN e encaminha o tráfego para o destino.

Os dispositivos da rede IP de transporte encaminham o tráfego VXLAN apenas com base no cabeçalho IP externo dos pacotes VXLAN (eles não precisam ter suporte à tecnologia VXLAN).

Uma imagem contendo screenshot, texto

Descrição gerada automaticamente

Um outro ponto importante é que a tecnologia VXLAN supera as limitações de apenas 4 mil domínios de broadcast fornecido por VLANs para até 16 milhões de domínios de broadcast com VNIs. Já para as limitações do Spanning-Tree que coloca os caminhos redundantes em estado de bloqueio, a tecnologia VXLAN permite a construção de todos os uplinks como parte de um backbone IP (rede underlay), utilizando protocolos de roteamento dinâmico para escolha do melhor caminho ao destino, assim fazendo uso do ECMP (Equal Cost Multipath) em uma topologia Spine-Leaf, por exemplo.

BGP EVPN

O BGP EVPN difere do comportamento “Flood and Learn” executado por tuneis VXLANs em diversas maneiras. Enquanto o tráfego multidestination (BUM: broadcast,unicast unknown e multicast) encaminhado pelo VXLAN sem o BGP EVPN necessita de utilizar grupos multicast, o EVPN permite a replicação da identificação dos dispositivos finais com o MP-BGP , assim como as informações do VTEP que ele está associado. As comunicações ARP para IPv4 também pode ser suprimida, aprimorando assim a eficiência do transporte dos dados.

LAB

No laboratório abaixo utilizamos os roteadores HP VSR no release R0621P18-X64, no EVE-NG.

Ambos os Spines estão configurados como VTEP e encaminharão o tráfego do VXLAN VNI 10. A instancia criada para esse cliente, chamamos de ‘clientea’.

O Spine está configurado como BGP Router Reflector fechando peerring com ambos Leafs. Nenhum Leaf fecha peering BGP entre si, somente como Spine.

Texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente

Configuração SPINE 1

#
 sysname Spine-01
#
interface LoopBack0
description OSPF_UNDERLAY
 ip address 192.168.0.1 255.255.255.255
#
interface LoopBack1
description BGP_EVPN_UNDERLAY
 ip address 192.168.0.11 255.255.255.255
#
interface GigabitEthernet1/0
description CONEXAO_LEAF3
 ip address 192.168.13.1  255.255.255.0
#
interface GigabitEthernet2/0
description CONEXAO_LEAF4
 ip address 192.168.14.1 255.255.255.0
#
ospf 1 router-id 192.168.0.1
 description UNDERLAY_OSPF
 area 0.0.0.0
  network 192.168.0.1 0.0.0.0
  network 192.168.0.11 0.0.0.0
  network 192.168.14.0 0.0.0.255
  network 192.168.13.0 0.0.0.255
#
bgp 65001
 group evpn internal
 peer evpn connect-interface LoopBack1
 peer 192.168.0.33 group evpn
 peer 192.168.0.44 group evpn
 #
 address-family l2vpn evpn
  undo policy vpn-target
  peer evpn enable
  peer evpn reflect-client
#

Configuração LEAF 3

#
 sysname Leaf-03
#
interface LoopBack0
description OSPF_UNDERLAY
 ip address 192.168.0.3 255.255.255.255
#
interface LoopBack1
description BGP_EVPN_UNDERLAY
 ip address 192.168.0.33 255.255.255.255
#
interface GigabitEthernet1/0
description CONEXAO_SPINE1
 ip address 192.168.13.3 255.255.255.0
 ospf network-type p2p
#
ospf 1 router-id 192.168.0.3
 description UNDERLAY_OSPF
 area 0.0.0.0
  network 192.168.0.3 0.0.0.0
  network 192.168.0.33 0.0.0.0
  network 192.168.13.0 0.0.0.255
#
bgp 65001
 peer 192.168.0.11 as-number 65001
 peer 192.168.0.11 connect-interface LoopBack1
 #
 address-family l2vpn evpn
  peer 192.168.0.11 enable
#
 vxlan tunnel mac-learning disable
#
 l2vpn enable
#
vsi clientea
 arp suppression enable
 vxlan 10
 evpn encapsulation vxlan
  route-distinguisher auto
  vpn-target auto export-extcommunity
  vpn-target auto import-extcommunity
  quit
#
interface GigabitEthernet3/0
 xconnect vsi clientea
#

Configuração LEAF 4

#
 sysname Leaf-04
#
interface LoopBack0
description OSPF_UNDERLAY
 ip address 192.168.0.4 255.255.255.255
#
interface LoopBack1
description BGP_EVPN_UNDERLAY
 ip address 192.168.0.44 255.255.255.255
#
interface GigabitEthernet2/0
description CONEXAO_SPINE2
 ip address 192.168.14.4 255.255.255.0
  ospf network-type p2p
#
ospf 1 router-id 192.168.0.4
 area 0.0.0.0
  network 192.168.0.4 0.0.0.0
  network 192.168.0.44 0.0.0.0
  network 192.168.14.0 0.0.0.255
#
bgp 65001
 peer 192.168.0.11 as-number 65001
 peer 192.168.0.11 connect-interface LoopBack1
 #
 address-family l2vpn evpn
  peer 192.168.0.11 enable
#
 vxlan tunnel mac-learning disable
#
 l2vpn enable
#
vsi clientea
 arp suppression enable
 evpn encapsulation vxlan
  route-distinguisher auto
  vpn-target auto export-extcommunity
  vpn-target auto import-extcommunity
  quit
  vxlan 10
  quit
#
interface GigabitEthernet3/0
 xconnect vsi clientea
#

Comandos Display bgp l2vpn evpn

Tela de computador com texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente

Comando display vxlan tunnel

Uma imagem contendo desenho

Descrição gerada automaticamente

Referências

R2702-HPE FlexFabric 5940 & 5930 Switch Series EVPN Configuration Guide

KRATTIGER, Lukas; KAPADIA, Shyam; JANSEN, David; Building Data Centers with VXLAN BGP EVPN – A Cisco NX-OS Perspective – 2017 CiscoPress

Switches ArubaOS – Configurando VLANs

A utilização de VLANs (Virtual Local Area Network) na rede local permite que uma rede física seja dividida em várias redes lógicas dentro de um Switch.

A partir da utilização de VLANs, uma estação não é capaz de comunicar-se com estações que não pertencem a mesma VLAN (para isto, as boas práticas sugerem a utilização de uma sub-rede por VLAN e que o tráfego passe primeiro por um roteador para chegar a outra rede [ ou utilizando um Switch Multicamada para efetuar o Roteamento]).

Uma vez que há a necessidade de separar o tráfego de cada departamento da sua empresa por VLANs, você deverá atribuir cada porta do switch para a VLAN correspondente. Geralmente a configuração de VLANs em Switches divide as portas Ethernet em 2 grupos: portas de acesso e portas de uplink.

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Perguntas e Respostas: Substituindo roteamento entre redes do firewall para o Switch L3

Galera, gostaria de compartilhar uma dúvida frequente sobre como alterar o roteamento entre redes que esteja sendo executado por um firewall e mover essa função para um “Switch Core”.

Segue abaixo um dos e-mails:

  “Estou com uma dúvida com relação a gateway padrão da rede. Recentemente adicionei ao core de rede um switch L3, com isto estou projetando adicionar VLANs, mas para haver roteamento entre VLANs é necessário que o gateway padrão seja o switch, assim o firewall que atualmente é o gateway da rede, o deixará de ser. Como posso encaminhar os pacotes o quais atualmente são tratados pelo firewall? ”

Para melhor entendimento dos cenários, fiz um desenho com a topologia das redes sendo roteadas pelo firewall (cenário A) e o roteamento entre a rede executado pelo Switch L3 (cenário B).

Perguntas e respostas Firewall e Switch L3

No cenário A, temos todo tráfego entre redes sendo processado pelo firewall.

Em um cenário que o Switch possa fazer o roteamento entre as redes, você configurará a VLAN e a Interface-VLAN para as respectivas redes (cenário B). Cada rede terá uma VLAN e uma Interface-VLAN. Dessa forma você trabalhará para que o endereço IP da interface-vlan seja o gateway das máquinas (ao invés do firewall). Assim então o Switch fará o roteamento automático das redes, pelo fato de tê-las em sua tabela de roteamento, como diretamente conectadas.
O Switch também deverá ter uma rede de trânsito exclusiva com o firewall e deve apontar uma rota default para o Firewall.

Já o Firewall deverá ter uma rota de retorno para cada rede apontando como next-hop o endereço IP da rede de trânsito, com o IP do Switch (próximo salto).

As regras de Segurança, tradução de endereço, etc, continuam no firewall.

O roteamento entre VLANs acontecerá sem restrições no Switch Core. O Switch só encaminhará para o firewall o tráfego de saída da LAN.

Dúvidas e colocações, deixe um comentário.

Perguntas e Respostas: Portas Access/Trunk/Híbrida, LACP e STP.

Galera, essa semana recebi um email com algumas dúvidas sobre portas Trunk/Hybrid, Link Aggregation e STP. Achei que seria bacana responder na forma de post pois acredito que essas questões podem ser as dúvidas de mais pessoas.

Segue abaixo as questões editadas… sintam-se livres para interagir nos comentários.

Diego,
Se não for muito incomodo pra vc, consegue me responder as questões abaixo?

  1. Diferença do link aggregation em modo static e dynamic, quando usar um ou outro?

O Link-Aggregation permite  agregação de diversas interfaces Ethernet (portas físicas) para a criação de uma única porta lógica com o intuito de prover redundância e aumento de banda. As melhores práticas sugerem a negociação do protocolo LACP (802.3ad) entre os 2 equipamentos que desejam fechar a agregação de portas afim de evitar erros de cabeamento e certificar o meio físico em todo o tempo que o Link-Aggregation estiver ativo, além de agilizar a redundância em caso de falhas.

Exemplo de configuração com LACP: http://www.comutadores.com.br/switches-3com-4800g-link-aggregation/

Mas há também cenários em que um dos equipamentos não utiliza o protocolo LACP  para agregação de links ou então o meio físico oferecido pelo Provedor de Serviços para comunicação Ethernet não permite o encaminhamento de alguns protocolos da camada de enlace como o LLDP, CDP, LACP, STP, etc. Então nesses cenários devemos usar o modo static, isto é, Link-aggregation configurado manualmente sem validação do meio e/ou equipamentos por um protocolo como 802.3ad. Se a porta estiver UP, o modo static irá encaminhar o tráfego, mesmo que o cabeamento esteja conectado em outro equipamento incorretamente.

  1. Diferença de portas trunk e hybrid, quando usar a hybrid?

Enquanto a porta configurada como access permite apenas o tráfego de quadros Ethernet sem marcação de tag 802.1Q, o que faz com que o Switch atribua a comunicação para aquela VLAN, a configuração Trunk e Hybrid permitem a utilização de várias VLANs em uma única porta. As portas configuradas como access são geralmente atribuídas para computadores, servidores, impressoras, etc.

A porta Trunk é utilizada para o encaminhamento e recebimento de tráfego Ethernet tagueado com o ID da VLAN mas com a exceção de permitir apenas uma VLAN não tagueada, dita explicitamente na configuração. Por padrão o tráfego não tagueado de uma porta trunk é direcionado para a VLAN 1 (mas isso pode ser modificado). As portas trunk são configuradas na comunicação entre Switches e também com Servidores que possuem Switches virtuais internos para VMs, etc.

Exemplos:

http://www.comutadores.com.br/video-vlans-configuracao-de-porta-access-hybrid-e-trunk-para-switches-hpn-3com-e-h3c/

http://www.comutadores.com.br/vlan-trunk-utilizando-802-1q-dot1q/

Já a porta Hybrida permite encaminhar o tráfego de inúmeras VLAN tagueadas ou não. Por exemplo, se você precisa que o tráfego de duas máquinas que estão atrás de um HUB seja separado dinamicamente entre duas  VLANs diferentes, a configuração de porta hybrida permite que o Switch leia marcações como endereço MAC, 802.1p, cabeçalho IP e etc, para dinamicamente efetuar diferenciação do tráfego para as suas respectivas VLANs (lembrando que o tráfego nesse caso pode vir sem TAG das máquinas).

Exemplo de configuração de porta Híbrida:

http://www.comutadores.com.br/mac-based-vlans/

http://www.comutadores.com.br/switches-3com-4800g-atribuindo-uma-vlan-dinamicamente-a-uma-porta-baseado-no-ip-de-origem-ip-subnet-based-vlan/

  1. O spanning tree é habilitado nas portas (uma a uma) ou no switch?

Para habilitar (ou desabiltar) o spanning-tree no Switch é preciso a configuração no modo global.

Exemplo para habilitar o STP:

http://www.comutadores.com.br/stp-desabilitado/

Apesar de ser o protocolo mais utilizado para prevenção de loop, o Spanning-Tree não se encaixa em todos os cenários de rede e o seu algoritmo  pode as vezes prejudicar a integração de diferentes ambiente. Nesse caso é possível adicionar algumas features individualmente nas portas para ajuste fino, como por exemplo o stp-edged port (portfast) ou então desabilitar o STP somente em determinadas portas. Mas cada caso deve ser estudado minuciosamente para evitar situações de loop.

Exemplos de tuning para o STP:

http://www.comutadores.com.br/protegendo-o-spanning-tree/

http://www.comutadores.com.br/switches-hpn7500-configurando-filtros-para-bpdus-bpdu-filtering/

http://www.comutadores.com.br/switches-3com-4800g-edged-port-bpdu-protection/

  1. Diferença do spanning tree para o rapid spanning tree, quando usar o rapid spanning tree?

O Rapid Spanning-Tree (802.1w) é uma evolução do Spanning-Tree inicial (802.1d) com um significativa melhora no tempo de convergência e conectividade da rede.

Uma das grandes limitações do STP não foi corrigida na versão 802.1w que é o bloqueio de todos os caminhos redundantes como prevenção de Loop. Esse tipo de cenário acaba gerando ocasionando gargalos pois a empresa gasta uma quantidade significativa de dinheiro para a extensão de fibra redundante deixando um dos links sobrecarregados enquanto o outro está ocioso.

A versão Multiple Spanning-Tree (802.1s) permite a criação de instancias independentes do STP para balanceamento de VLAN permitindo a alteração do root para determinadas VLANs ou o custo para o root. O protocolo é um pouco complexo quando você deseja conectar grandes domínios 802.1s entre si, por exemplo estender a LAN de duas empresas, mas com um bom planejamento o protocolo torna-se uma ferramenta poderosa.

Todos os Switches HP baseados no comware, ao habilitar o STP, iniciam a versão 802.1s. Caso você não faça nenhuma configuração de ajuste o 802.1s terá o comportamento da versão Rapid-Spanning Tree.

Artigos sobre STP

http://www.comutadores.com.br/rapid-spanning-tree-802-1w/

http://www.comutadores.com.br/elegendo-o-switch-root-do-spanning-tree/

http://www.comutadores.com.br/introducao-ao-multiple-spanning-tree-802-1s/

  1. Para habilitar o spanning tree, basta dar um enable stp na porta de uplink ou é necessario configurar algo a mais (ou quando habilitamos para a switch, já é aplicado para todas as interfaces)?

Ao habilitar o STP no Switch a configuração é atribuída a todas as portas e as mesmas iniciam o encaminhamento de BPDUs para prevenção de loop.

  1. Devo usar os mesmo comandos do stp (ex: “stp edged-port enable”, “stp cost”, ) quando utilizado o rstp?

Sim, o comando é o mesmo para as versões 802.1w e 802.1s

  1. Nas interfaces de uplink, entre switchs que nao sao cores, as portas stp devem ficar como DESIGNATED, PORT ROOT ou ALTERNATE PORT?

Tudo vai depender de quem será o Switch Root da sua rede. Se o Switch Core for o root, os uplinks do Switch Core estarão como DESIGNATED, já os Switches não-Core, conectados a ele, terão suas portas como ROOT PORT (melhor caminho para o Switch ROOT) ou ALTERNATE PORT (porta redundante bloqueada para prevenção de Loop)

  1. Em qual interface, dos switchs roots, devo usar o comando stp root-protection?

A configuração da porta como Root Guard permite à uma porta Designada a prevenção de recebimento de BPDU’s superiores, que indicariam outro Switch com melhor prioridade para tornar-se Root. A feature força a porta a cessar comunicação toda vez quem um Switch tiver o Priority ID mais favoravel para tornar-se Root, então o Switch Root isola assim o segmento para o Switch indesejado. Após encerrar o recebimento desses BPDU’s a interface voltará à comunicação normalmente

Essa feature é geralmente configurada em portas Designadas do Switch Root.

  1. Devo setar o comando “stp loop-protection” nas interfaces “ALTERNATE PORT” (caminho secundário) das switchs não core. Correto?

Correto, a configuração da porta como Loop Guard possibilita aos Switches não-Root, com caminhos redundantes ao Switch Raiz, a função de se  proteger contra cenários de loop na rede quando há falhas no recebimento de BPDU’s em portas ALTERNATE.

Quando uma porta ALTERNATE parar de receber BPDU’s ela identificará o caminho como livre de Loop e entrará em modo de encaminhamento ( imaginando que a porta Root  continue recebendo BPDU’s) criando assim um Loop lógico em toda a LAN. Nesse caso a feature deixará a porta alternativa sem comunicação até voltar a receber BPDU’s do Switch Root.

Obs: Dica! Simule as features em ambiente de laboratório antes de aplicar em uma rede de produção. Isso permitirá ao administrador conhecer melhor os cenários, equipamentos, falhas e troubleshooting.

Até logo.

Video: Roteamento entre VLANs e configuração de rota estática para Switches HPN, 3Com e H3C

Fala Galera, tudo bom!?

Segue mais uma vídeo-aula produzida por nós, contendo dessa vez o assunto Roteamento entre VLANs utilizando Switches ou Roteadores, além de falarmos também sobre roteamento estático, Topologia, etc.. para equipamentos baseados no Comware (HP , 3Com e H3C) .

Ainda estou apanhando um pouco no formado das vídeo-aulas, mas espero que o vídeo seja útil. 😉




Abração

Video: VLANs – Configuração de Porta Access, Hybrid e Trunk para Switches HPN, 3Com e H3C

A publicação de conteúdo em vídeo, sempre foi um dos meus desejos para os assuntos já abordados aqui no blog. Nesse primeiro video, abordamos a configuração de portas Access, Hybrid e Trunk para Switches HPN, 3Com e H3C..

Sugestões e Comentários serão bem vindos. Espero que a gravação possa ser útil! 😉


Abração a todos!

VLAN – Trunk utilizando 802.1q (dot1q)

Publicado originalmente em 15 DE OUTUBRO DE 2010

A utilização de VLAN (Virtual Local Area Network) permite que uma rede física seja dividida em várias redes lógicas dentro de um Switch. A partir da utilização de VLANs, uma estação não é capaz de comunicar-se com estações que não são pertencentes a mesma VLAN (para isto, é necessário a utilização de uma sub-rede por VLAN e que o tráfego passe primeiro por um roteador para chegar a outra rede [ ou utilizando um Switch Multicamada para efetuar o Roteamento]).

Se não utilizássemos uma interface como Trunk e precisássemos passar o tráfego da VLAN para o outro Switch, seria necessário a passagem de um cabo de cada VLAN para o outro dispositivo, como no exemplo abaixo.

Como a maioria dos Switches possui entre 24 e 48 portas a solução ficaria inviável , inutilizando a maioria das portas para conexões entre os dispositivos.

O protocolo IEEE 802.1q permite utilizarmos apenas um cabo na comunicação entre os Switches, marcando cada Frame (quadro) com o ID de cada VLAN.

A marcação efetuada (chamada de TAG) adiciona aos quadros Ethernet 4 bytes no frame original e calculam um novo valor de checagem de erro para o campo FCS.

Dos valores contidos dentro do campo TAG o numero da VLAN é adicionado ao campo VLAN id permitindo a identificação da VLAN entre os Switches.

Uma observação relevante é a utilização do campo Priority (também dentro da TAG) para função de QoS em camada 2 para Ethernet, chamado de 802.1p ou CoS (Class of Services), permitindo a diferenciação de classes de serviços por Switches sem a necessidade de leitura do campo IP.

Já a comunicação entre computadores no mesmo Switch que pertencem a mesma VLAN não são “tagueadas” (untagged). Muitas placas de rede para PC’s e impressoras não são compativéis com o protocolo 802.1Q e ao receberem um frame tagged, não compreenderão o TAG de VLAN e descartarão a informação.
Os Switches que recebem na sua interface Trunk um frame com TAG, irão remover o campo e entregar o quadro ao destino sem a marcação.

A regra é bem simples para a maioria dos casos (salvo exceções):

  • Para comunicação entre Switches, configure as interfaces como Trunk ( Tagged)
  • Para comunicação entre Switches e hosts, servidores, impressoras; configure as interfaces como Access (untagged) com o ID da VLAN

Configuração

Para a maioria dos Switches H3C/3Com configure as portas como trunk da seguinte maneira:

interface GigabitEthernet 1/0/x
! acesso a interface GigabitEthernet
port link-type trunk
! configuração da interface como trunk (frames encaminhados como tagged)
port trunk permit vlan all
! configuração da porta permitindo todas as VLANs no trunk

Porta de acesso

interface GigabitEthernet 1/0/x
! acesso a interface GigabitEthernet
port link-type access
! configuração da interface como acesso (frames encaminhados como untagged)
port access vlan 2
! configuração da porta na vlan 2

Para retornar a porta de alguma VLAN para a VLAN 1, digite o comando undo port access vlan dentro da interface física.

Obs: Por default os frames da VLAN 1 não são encaminhados com TAG dentro do Trunk.

Abraços a todos!!!

 

 

 

 

Switches 3Com 5500 – Configurando QinQ (VLAN-VPN)

Publicado originalmente em 22 DE FEVEREIRO DE 2010

Conhecido também como Stacked VLAN, o QinQ suporta a utilização de duas TAGs 802.1q no mesmo frame para trafegar uma VLAN dentro de outra VLAN – sem alterar a TAG original.

A idéia é prover serviços aos clientes para manterem suas próprias VLANs dentro da rede do PROVEDOR, que poderá configurar uma VLAN para cada cliente independente da marcação 802.1q efetuada.

O comando vlan-vpn enable permite a utilização de QinQ.

Chamaremos os Switches 5500 de equipamentos do Provedor e os Switches 4210 e 4500 como Switches do Cliente.

No exemplo abaixo a comunicação entre o host A e B ocorrerá da seguinte forma:

1º – O Frame encaminhado pelo host A será marcado no Switch 4500 com a TAG 10 para o Switch 5500-A.
2º – O Switch 5500-A irá manter a informação da VLAN 10 e adicionará mais uma marcação com a TAG 100.
3º – O Switch 5500-B removerá a TAG 100 e encaminhará o Frame para o Switch 4210 com a TAG adicionada pelo Switch 4500.
4º – O Switch 4210 irá remover a TAG 10 e encaminhará o frame para o Host B

A estrutura do provedor (Switches 5500-A e 5500-B) será transparente para o cliente.

Segue abaixo as configurações efetuadas:

 

Switch 4210 
vlan 10
#
interface Ethernet1/0/1
port access vlan 10
#
interface GigabitEthernet1/0/27
port link-type trunk
port trunk permit vlan all

Switch 5500-A
vlan 100
#
interface GigabitEthernet1/0/25
stp disable
port access vlan 100
vlan-vpn enable
undo ntdp enable
#
interface GigabitEthernet1/0/26
port link-type trunk
port trunk permit vlan 1 100

Switch 5500-B vlan 100
#
interface GigabitEthernet1/0/25
stp disable
port access vlan 100
vlan-vpn enable
undo ntdp enable
#
interface GigabitEthernet1/0/26
port link-type trunk
port trunk permit vlan 1 100

Switch 4500 vlan 10
#
interface Ethernet1/0/1
port access vlan 10
#
interface GigabitEthernet1/0/27
port link-type trunk
port trunk permit vlan all

Percebam que nos equipamentos do Provedor, será necessário a configuração da porta de UpLink com o cliente como Access para não alterarmos a TAG inicial e também desabilitarmos o NTDP e STP.

Na configuração acima, os Switches 4210 e 4500 não irão trocar BPDUs, isto é, não haverá uma topologia única para o Spanning-Tree ( dos Switches do Cliente). Cada Switch do Cliente será Root da sua topologia (Os switches do Provedor, não participarão do Spanning-tree)

Para uma topologia única para o Spanning-tree do Cliente, será necessário configurarmos o comando vlan-vpn tunnel globalmente nos equipamentos da Operadora.
Segue abaixo configuração :

Switch 5500-A 
vlan-vpn tunnel
#
vlan 100
#
interface GigabitEthernet1/0/25
stp disable
port access vlan 100
vlan-vpn enable
undo ntdp enable
#
interface GigabitEthernet1/0/26
port link-type trunk
port trunk permit vlan 1 100

Switch 5500-B 
vlan-vpn tunnel
#
vlan 100
#
interface GigabitEthernet1/0/25
stp disable
port access vlan 100
vlan-vpn enable
undo ntdp enable
#
interface GigabitEthernet1/0/26
port link-type trunk
port trunk permit vlan 1 100

Comando display STP no Switch 4210:

display stp
-------[CIST Global Info][Mode MSTP]-------
CIST Bridge :32768.0024-73c4-7477
Bridge Times :Hello 2s MaxAge 20s FwDly 15s MaxHop 20
CIST Root/ERPC :32768.0022-5733-5280
CIST RegRoot/IRPC :32768.0024-73c4-7477
CIST RootPortId :128.25

Até logo!