Se estiver usando um computador Windows com uma conexão de rede sem fio, você poderá usar o comando Netsh para gerenciar suas configurações de rede cabeada e sem fio.
Com o netsh é possível visualizar as configurações wi-fi, solucionar problemas e configurar praticamente todos os adaptadores de rede em um computador local ou remoto utilizando esse comando.
Neste tutorial, mostraremos como usar a ferramenta de linha de comando Netsh WLAN para gerenciar conexões sem fio no Windows e descobrir a senha de SSIDs cadastrados, capabilities e mais.
Nesse vídeo listamos algumas perguntas a serem feitas para o levantamento de informações para desenvolvimento de um projeto de rede sem fio.
Eu utilizo esse questionário para desenvolvimento de projetos de Wi-Fi e auxiliam a encontrar os problemas as serem resolvidos, necessidades de negócio e a escolha dos equipamentos que ajudarão em todo o ecossistema da rede sem fio.
Uma das principais funcionalidades dos padrões WiFi 802.11n e 802.11ac reside na camada física do modelo OSI, que utiliza a tecnologia multiple-input, multiple-output (MIMO). A tecnologia oferece o uso de múltiplos rádios e antenas, chamados de radio chains. Os rádios MIMO transmitem múltiplos sinais ao mesmo tempo para tomar vantagem sobre o sinal multipath.
O Multipath é um fenômeno de propagação do sinal que resulta em dois ou mais caminhos do mesmo sinal sendo recebido por uma antena com a diferença de nanosegundos. Devido à natureza do espalhamento das ondas (do sinal RF) e comportamentos de propagação como reflexão, espalhamento, difração e refração poderão ocorrer no sinal, ocasionando o multipath.
As antenas com tecnologia MIMO utilizam-se do DSP (digital
signal processing) para separar o sinal original transmitido. Em fato, múltiplos
sinais enviados pelo transmissor MIMO podem chegar simultaneamente ao receptor,
o sinal então pode ser cancelado e a performance será basicamente a mesma de um
sistema não-MIMO.
Antigamente, os DSP’s, ou Processadores de Sinal Digital não eram tão desenvolvidos. Hoje, os processadores possuem maior poder computacional e são capazes de recuperar o sinal transmitido ao receptor em diferentes intervalos de tempo.
Os DSP’s então têm a responsabilidade de receber os dados, ‘separar’ em diferentes partes, enviar cada parte por antenas diferentes – ao mesmo tempo, no mesmo canal. E fazer o processo inverso no receptor.
Radio Chains
Os rádios legados 802.11 transmitem e recebem sinal RF utilizando o sistema single-input, single-output (SISO), utilizando um radio chain que é um rádio que suporta toda arquitetura, incluindo mixers, amplificadores e conversores digital/analógico.
A tecnologia MIMO consiste em múltiplos radio chains onde cada um possuirá sua própria antena. Um sistema MIMO é caracterizado pelo número de transmissores e receptores utilizados por diversos radio chains. Por exemplo, um sistema 2×3 MIMO poderá consistir em 3 radio chains com 2 transmissores(TX) e 3 receptores(RX), já um sistema 3×3 MIMO poderá utilizar 3 radio chains para transmissão(TX) e recepção(RX).
O uso de múltiplos transmissores em um sistema MIMO provem a
transmissão de mais dados utilizando multiplexação espacial. O uso de múltiplos
receptores aumenta a relação sinal ruído (SNR).
Multiplexação espacial
Um rádio MIMO tem habilidade de enviar fluxos de dados únicos de maneira independente. Cada fluxo de dados independente é conhecido como fluxo espacial (spatial stream) e cada fluxo único pode conter dados que são diferentes dos outros fluxos transmitidos por um ou mais rádios. Cada fluxo irá atravessar diferentes caminho caminhos até o receptor, chamado de diversidade espacial (spatial diversity). O envio de diversos fluxos independentes de um único dado utilizando spartial diversity é geralmente referenciado também como spatial multiplexing (SM) ou spatial diversity multiplexing (SDM).
O benefício de enviar fluxo diversos para um único dado é o
aumento da largura de banda.
Na imagem abaixo mostramos um AP MIMO 3×3:3 transmitindo 3 independentes fluxos de um único dado para um cliente MIMO 3×3:3.
Geralmente os fabricantes utilizam a sintaxe de 3 números
para indicar a capacidade de transmissão dos APs, por exemplo 3×3:2: O primeiro
número informa a transmissão (TX), o segundo a recepção (RX) e o terceiro número
representa a quantidade de fluxos únicos de dados podem ser enviados e
recebidos.
Em boas condições, quando um AP 3×3:3 e um cliente 3×3:3
estão comunicando entre si, 3 fluxos espaciais podem ser utilizados para
comunicação unicast. Entretanto, quando um AP 3×3:3 comunica com um
cliente 2×2:2, somente dois fluxos espaciais serão utilizados para comunicação unicast.
Isso será definido durante a conexão ao BSS (basic servisse set), o access
point é avisado sobre as capacidades MIMO do cliente.
Multi-User MIMO
Os padrões 802.11n e 802.11ac permitem o uso do MIMO para transmissão de múltiplos fluxos de dados transmitidos em diferentes antenas ao mesmo tempo. O padrão 802.11ac também permite a comunicação simultanea com até 4 dispositivos utilizando a tecnologia MU-MIMO. Os rádios 802.11n não suportam MU-MIMO, mas podemos dizer que eles utilizam a tecnologia SU-MIMO (single-user MIMO).
Ambos, 802.11n e 802.11ac são capazes de transmitir múltiplos fluxos de dados, mas muitos equipamentos devido a limitações são capazes de receber apenas um fluxo de dados.
O objetivo do MU-MIMO é o uso de diversos fluxos espaciais
quando possível, transmitindo dados para
múltiplos clientes ao mesmo tempo, seja na transmissão para um cliente de 4
fluxos espaciais ou 4 clientes utilizando um fluxo espacial cada,
Com o Multi-User MIMO (MU-MIMO), os APS podem utilizar a sintaxe de 5 números para indicar a capacidade de transmissão dos APs, assim como no MIMO, o primeiro número informa a transmissão (TX), o segundo a recepção (RX) e o terceiro número representa a quantidade de fluxos únicos de dados podem ser enviados e recebidos. O terceiro número representa quantos fluxos de dados de usuário único (SU) podem ser enviados ou recebidos. O quarto número refere quantos fluxos de múltiplos usuários (MU) podem ser transmitidos. Um quinto número é usado para representar um grupo MU-MIMO ou quantos clientes MU-MIMO estão recebendo transmissões ao mesmo tempo. Por exemplo 4×4:4:3:3. O AP pode transmitir e receber 4 fluxos espaciais para 1 usuário (SU-MIMO). Entretanto somente 3 fluxos espaciais podem ser enviados (MU-MIMO) para 3 clientes com capacidade MU-MIMO.
Para a configuração do AP para estabelecer a conexão com o
provedor atraves do PPPoE é necessário efetuar um procedimento diferente com alguns
pontos de atenção:
1. A configuração do PPPoE deverá ser executada antes da
integração do AP com a nuvem. Caso o AP já esteja integrado com a nuvem, a
configuração do PPPoE não estará mais disponivel para modificações.
2. No entanto, se o AP perder a conectividade com a nuvem e
forem detectadas falhas de PPPoE, você poderá acessar a WebUI local e atualizar
as configurações novamente.
Configurando InstantOn com PPPoE
Siga as etapas abaixo para configurar o PPPoE na sua rede:
1. O Instant On AP deve estar conectado ao modem fornecido pelo
provedor, mas não possui um endereço IP fornecido pelo servidor DHCP.
2. Quando o LED do AP ficar laranja sólido, o AP transmitirá um SSID InstantOn-AB:CD:EF aberto, após aproximadamente um minuto – em que AD: CD: EF corresponderá aos três últimos octetos do endereço MAC do AP.
3. Conecte seu notebook ou celular ao SSID e acesse o servidor da Web local em https://connect.arubainstanton.com. A página de configuração local da WebUI é exibida.
4. Em Endereçamento IP, selecione o botão de opção PPPoE.
5. Digite o nome de usuário e a senha do PPPoE fornecidos pelo seu provedor, nos respectivos campos.
6. Clique em Aplicar. O AP será reiniciado assim que a
configuração do PPPoE for aplicada.
7. Aguarde as luzes LED piscarem em verde e laranja. Isso indica que o link PPPoE está ativo e estável. Você verá o status de integração do dispositivo agora com a mensagem ” Waiting to be onboarded.. “. Esta etapa pode levar mais cinco minutos, se o AP atualizar seu firmware durante o processo de reinicialização.
Os pontos de acesso da Aruba possuem alto desempenho e são referências no mercado através de funcionalidades que utilizam otimização de RF com inteligência artificial, hardware e OS focados no fornecimento da melhor experiência ao usuário.
Os APs também agregam serviços que suportam dispositivos IoT com protocolos Wi-Fi, Zigbee, Bluetooth etc. Uma dica interessante é que os pontos de acesso possuem uma estrutura de nomes que podem ajudar a identificar a sua capacidade e função.
Os primeiros dígitos indicam o suporte ao padrão WLAN:
Os dígitos seguintes indicam o tipo de ponto de acesso:
• 0: AP de entrada para ambiente indoor • 1: Padrão para ambiente indoor • 2,3 e 5: Indoor de alta densidade • 6: AP de entrada para ambiente outdoor • 7: Outdoor
Os últimos dígitos com valor ímpar representam os APs com antenas internas, já os APs com dígito final par, indicam os conectores para antenas externas. Caso o access point tenha uma letra no final como o H, significa que é designado para ambientes hospitalares, R para Teleworkers.
Caso tenha dúvidas referente a funcionalidades e
especificações dos APs, procure o datasheet de cada modelo, nele é possível encontrar
dos detalhes mais importantes do equipamento.
A Aruba lançou uma linha de Access Point para pequenas empresas chamada de Instant On, oferecendo visibilidade e estabilidade no acesso . O hardware utilizado é tão robusto quanto o dos IAP (ou atualmente chamados UAP), mas possui um firmware próprio dedicado para a serie. É muito importante não confundir os APs Aruba Instant On com os APs Aruba Instant. O Aruba Instant é uma solução corporativa com muitas opções e recursos avançados, além de licenças adicionais necessárias para gerenciamento através da nuvem com o Aruba Central ou Controladora on-premises, enquanto o serviço do portal para gerenciamento do Aruba Instant On é um recurso incluso, sem custo adicional.
O Aruba Instant On é destinado a organizações menores, com menos de 100 usuários. Como o Aruba Instant On foi desenvolvido para simplificar a implementação da rede sem fio as configurações complexas para WLAN não estão disponíveis. As documentações da Aruba indicam o Instant On como ideal para o varejo, pequenos hotéis, hostels e escritórios.
A configuração dos APs é bem intuitiva e o administrador só
precisa fornecer os nomes da rede, os números da VLAN (se houver) e as chaves
pré-compartilhadas (PSK). Para os cenários com autenticação 802.1X , os APs
Instant On também oferecem suporte à funcionalidade.
Um grande atrativo é a facilidade para implementação e
gerenciamento – além do custo dos APs. Todo o gerenciamento é executado em
nuvem através de um app ou um portal, sem licenciamento ou necessidade de controller
externa (mesmo para um grupo de access points).
Entre as principais funcionalidades temos, o controle de RF
(largura de canal, seleção de canal e banda 2.4Ghz e/ou 5Ghz), visibilidade/controle
sobre os apps, suporte a PPPoE, Guest, Captive portal, suporte a
alta disponibilidade e RADIUS proxy.
Configurando o Instant On através do App
Conecte o AP Instant On, a rede com permissão de acesso à internet;
Espere até as luzes do AP, estarem verde e âmbar;
3 . Baixe o app na Apple Store ou Google Play;
4. Abra o app e siga as instruções de instalação;
5. Para adicionar mais equipamentos conectados a rede cabeada ou via wireless clique no sinal de +;
Quando uma estação encaminha seus quadros para um Ponto de
Acesso, existem diversas maneiras para o AP processar e encaminhar os dados,
tudo dependendo de como o Access Point é configurado.
Um Access Point configurado como IAP não necessita de uma Controller,
pois todos os AP que estão na mesma sub rede irão formar um Cluster Virtual e
operam independente da Controladora física.
Já os Pontos de acesso gerenciado por uma Controladora, devem ter seu tráfego permitido na rede (caso haja restrições de tráfego na rede).
O modo de encaminhamento (forwarding mode) define
como os dados enviados pelo usuário são encaminhados pelo AP e podem ser
classificados como:
GRE/tunnel
Bridge
Decrypt-tunnel
Split-Tunnel
Alguns termos nesse texto são utilizados com o mesmo
significado:
Controladora = Controller = Mobility Controller
Quadros = Frames
Access Point = AP = Ponto de Acesso
GRE/Tunnel
Esse modo utiliza um Tunnel GRE para encaminhar os
dados do Access Point para a MobilityController. Quando
um cliente envia um dado para um SSID (em um AP) que é configurado para
utilizar o forwarding mode como tunnel mode, o AP encapsula o
quadro 802.11 dentro de um frame 802.3 e encaminha o quadro para a Controladora
Aruba.
Nesse processo nem todos os frames são tunelados e
encaminhados a controladora, os quadros 802.11 para autenticação e resposta de
associação são gerados diretamente no AP.
Para o tráfego que é encapsulado e enviado a controladora, a
Mobility Controller removerá o encapsulamento no recebimento, aplicará
regras de firewall ao tráfego do usuário e encaminhará o tráfego como
solicitado.
Um Access Point Aruba configurado como Campus (CAP),
todo tráfego de controle é comunicado com a controladora utilizando o protocolo
PAPI, que não é criptografado. Caso haja a necessidade de criptografar a
comunicação PAPI é sugerido a utilização juntamente com o CPsec (Control
Plane Security) que criptografa a comunicação PAPI com IPsec.
Já os APs configurados como Remote (RAP), a comunicação
deverá utilizar um túnel VPN L2TP/IPsec.
Com o modo túnel, todo tráfego é enviado para a Controller
que é responsável por prover a visibilidade das configurações e trafego dos usuários
de forma centralizada, facilitando a configuração das redes WLAN.
Bridge
O mode bridge permite ao Access Point (não a Controladora)
processar os quadros, de forma similar aos APs individuais processam as
informações. O AP irá responder qualquer requisição de autenticação e
associação com as respostas referentes ao processo, removendo a criptografia dos
frames recebidos e criptografando os
quadros de saída para a estação.
O modo bridge também
pode ser configurado em APs configurados como CAP e RAP, mas a sua comunicação
com a MobilityController deverá ser criptografada com CPsec
(CAP) e túnel L2TP/IPsec para RAP.
A Aruba não recomenda esse modo em razão do firewall
stateful não ser aplicado.
Decrypt-Tunnel
Este método possui similaridade com o modo tunnel,
entretanto os quadros enviados pelo cliente têm a sua criptografia removida e encaminhada
dessa forma para a Controladora, encapsulando apenas o quadro 802.11 em um
quadro 802.3.
Esse cenário pode ser utilizado para propósitos de segurança
para inspeção e monitoração do tráfego por outras ferramentas ou diminuir o
processamento ocorrido no processo de criptografia.
O modo decrypt só pode ser utilizado com RAP e CAP.
Todo trafego de sinalização entre a controladora e o ponto de acesso deve ser
criptografada com CPsec(CAP) ou L2TP/IPsec (RAP).
O modo decrypt deve ter uma atenção especial em
cenários com RAP, pois o tráfego do usuário não é criptografado pelo RAP,
criando um risco de segurança para o tráfego sobre a rede pública (Internet).
Split Tunnel
O modo split tunnel é disponível nos RAPs, e é também
conhecido com policy-based forwarding. Quando um RAP constrói um tunnel
L2TP/IPsec com a Controladora, não é recomendável encaminhar todo tráfego de
usuário pela Internet para a Mobility Controller, por isso é possível
criar regras de encaminhamento de firewall para processar o tráfego wireless
diretamente no RAP. Essas regras podem permitir o tráfego dos usuários serem
encaminhado localmente ou para a Controladora, de acordo com as necessidades,
como por exemplo, o trafego HTTP/HTTPS sair diretamente para a Internet.
Referências
Aruba Certified Design Professional_ Official Certification
Study Guide ( HPE6-A47)
Uma das grandes vantagens dos Access Point Aruba é a utilização do mesmo equipamento em diversos cenários, como os APs trabalhando de modo independente, ou em cluster, gerenciado por uma Controladora física, Controladora virtual ou mesmo em nuvem. Agora os Access Point podem também serem chamados de UAP (Unified Access Point) e configurados de diversas maneiras e com funções especificas dentro da arquitetura WLAN, como por exemplo:
– Campus AP (CAP): também chamado de CAP, é um típico Access Point que será conectado a uma controladora, que fará o seu gerenciamento.
– Mesh APs: São APs para Campus que usam a interface
de rádio como uplink. O Mesh Portal (AP) tem uma conexão física
para rede corporativa. O Mesh Point (AP) utiliza seu rádio para acesso à
rede corporativa.
– Air monitors (AMs): Efetuam a varredura da rede
Wifi para coletar informações de RF e IDS
– Spectrum APs (SA): São Access Points configurados (de forma temporária ou permanente) para capturar sinais de rádio para análise, como por exemplo em cenários de interferência, documentação e/ou mapeamento.
– Remote AP (RAP): Atuam de forma similar ao Campus AP, mas normalmente acessam a Internet para comunicação com a controller através de um túnel VPN. Um RAP pode também ser configurado como um Remote Mesh portal, que é basicamente um RAP com funções de Mesh portal.
– Instant APs (IAPs): não necessitam de uma
controladora. Todos os IAPs na mesma sub rede irão comunicar-se e formar uma Virtual
Controller (VC) então eles podem operar de forma independente de uma controladora
física.
Um ponto de atenção: tome cuidado ao converter seu Access Point em ambiente de produção. Pesquise, faça testes e alterações em ambientes de laboratório, antes de coloca-lo na rede operacional.
Referências
Aruba Certified Design Professional_ Official Certification
Study Guide ( HPE6-A47)