A tabela de roteamento possui registro dos destinos para encaminhamento dos pacotes. As rotas podem ser aprendidas manualmente (rotas estáticas ou redes diretamente conectadas) e dinamicamente (aprendidos via protocolo de roteamento dinâmico como OSPF, BGP,etc).
Nesse vídeo faremos uma breve descrição do funcionamento, aprendizado e escolha das rotas por um Roteador.
Galera, segue abaixo um pequeno resumo sobre a nomenclatura utilizada nas documentações Cisco x HP sobre o assunto VRF. Acredito que possa ajudar de forma rápida a entender alguns conceitos:
VRF: Virtual Routing and Forwarding
A utilização de VRFs (Virtual Routing and Forwarding) em Roteadores permite a criação de tabelas de roteamentos virtuais que trabalham de forma independente da tabela de roteamento “normal”, protegendo os processos de roteamento de cada cliente de forma individual. Utilizado em cenários MPLS L3VPN com MP-BGP.
VRF Lite
A mesma funcionalidade que a VRF para criação de tabelas de roteamento independentes, mas nomeado para cenários sem MPLS L3VPN. Chamado também de Multi-VRF.
VPN-Instance
Termo utilizado nas documentações HP para VRF no Comware.
MCE (Multi CE)
Termo utilizado nas documentações HP para VRF-Lite.
O desenho de uma rede OSPF requer que todas as áreas estejam diretamente conectadas à Area Backbone (Area 0 [zero]) e que os roteadores da Area 0 estejam sempre conectados com roteadores da mesma área.
Para conexão entre roteadores de diferentes áreas, o tráfego deve passar sempre pela Area 0.
Um virtual link é um link lógico que permite a conexão entre equipamentos da Area 0 que estão separados logicamente mas podem utilizar uma outra Area OSPF como trânsito, ou entre áreas não-Backbone que precisam utilizar outra área como transito:
O OSPF virtual link deve ser usado somente em casos específicos, conexões temporárias ou cenários de backup em caso de falha.
Configurando OSPF Virtual link
No exemplo abaixo, o virtual link servirá na conexão entre dois roteadores da Area 0 que estão separados por uma falha no link.
R1
#
ospf 1
area 0.0.0.0
network 192.168.1.0 0.0.0.255
network 192.168.11.0 0.0.0.255
area 0.0.0.1
network 192.168.12.0 0.0.0.255
vlink-peer 192.168.3.3
#
R3
#
ospf 1
area 0.0.0.0
network 192.168.3.0 0.0.0.255
network 192.168.33.0 0.0.0.255
area 0.0.0.1
network 192.168.23.0 0.0.0.255
vlink-peer 192.168.1.1
#
Comandos display
[R1]display ospf vlink
OSPF Process 1 with Router ID 192.168.1.1
Virtual Links
Virtual-link Neighbor-ID -> 192.168.3.3, Neighbor-State: Full
Interface: 192.168.12.1 (GigabitEthernet0/0)
Cost: 2 State: P-2-P Type: Virtual
Transit Area: 0.0.0.1
Timers: Hello 10, Dead 40, Retransmit 5, Transmit Delay 1
#
[R1]display ospf peer
OSPF Process 1 with Router ID 192.168.1.1
Neighbor Brief Information
Area: 0.0.0.1
Router ID Address Pri Dead-Time State Interface
192.168.12.2 192.168.12.2 1 35 Full/DR GE0/0
Virtual link:
Router ID Address Pri Dead-Time State Interface
192.168.3.3 192.168.23.3 1 36 Full GE0/0
O atributo do BGP community é utilizado como para marcação para um determinado grupo de rotas. Provedores de Serviço utilizam essas marcações para aplicar políticas de roteamento específicas em suas redes, como por exemplo, alterando o Local Preference, MED, etc. O atributo simplifica a configuração das políticas de roteamento, gerenciamento e manutenção.
Os ISP’s podem também estabelecem um mapeamento de community com o cliente ou com outro provedor para que sejam aplicadas regras de roteamento.
O recebimento e envio de communities BGP em Roteadores HP necessitam da configuração explicita do comando advertise-community. No exemplo abaixo, segue a configuração de um peer BGP em um roteador com o Comware 7:
O atributo community é opcional e transitivo (optional transitive) de tamanho variável. O atributo consiste em um conjunto de 4 octetos ou um número de 32 bits que específica uma community. A representação de uma community BGP é geralmente feita no formato AA:NN onde o AA é o Autonomous System (AS) e o NN é o número da community.
Algumas communities tem significados pré-definidos como:
NO_EXPORT (0xFFFFFF01)
NO_ADVERTISE (0xFFFFFF02)
NO_EXPORT_SUBCONFED (0xFFFFFF03)
-A community NO_EXPORT diz ao roteador que ele deve propagar os prefixos somente dentro de peers iBGP e que não deve propagar esses prefixos para roteadores pares eBGP.
-A community NO_EXPORT_SUBCONFED possui as mesmas funcionalidades do NO_EXPORT dentro de cenários com confederation.
-A community NO_ADVERTISE diz ao roteador que ele não deve anunciar o prefixo para nenhum peer BGP.
Abaixo, deixamos um exemplo de configuração utilizando a community NO_EXPORT e o output:
Verificando no Roteador R2 a marcação enviada por R1 para o prefixo 192.168.11.0/24 :
[R2]display bgp routing-table ipv4 192.168.11.0
BGP local router ID: 192.168.22.2
Local AS number: 65500
Paths: 1 available, 1 best
BGP routing table information of 192.168.11.0/24:
From : 192.168.1.1 (192.168.11.1)
Rely nexthop : 192.168.12.1
Original nexthop: 192.168.1.1
OutLabel : NULL
Community : No-Export
AS-path : (null)
Origin : igp
Attribute value : MED 0, localpref 100, pref-val 0
State : valid, internal, best
IP precedence : N/A
QoS local ID : N/A
Traffic index : N/A
Configurando os valores manualmente…
Um prefixo pode também participar de mais de uma community e com isso um roteador pode tomar uma ação em relação ao prefixo baseado em uma (algumas) ou todas as communities associadas ao prefixo. O roteador tem a opção de manter, adicionar ou modificar o atributo antes de passar para os outros roteadores.
#
ip prefix-list COMM_eBGP index 10 permit 192.168.111.0 24
ip prefix-list COMM_iBGP index 10 permit 192.168.11.0 24
#
route-policy SET_COMM permit node 5
if-match ip address prefix-list COMM_iBGP
apply community no-export
#
route-policy SET_COMM permit node 10
if-match ip address prefix-list COMM_eBGP
apply community 65500:90
#
route-policy SET_COMM permit node 65535
#
bgp 65500
group AS65500 internal
peer AS65500 connect-interface LoopBack1
peer 192.168.2.2 group AS65500
#
address-family ipv4 unicast
network 192.168.11.0 255.255.255.0
network 192.168.111.0 255.255.255.0
peer AS65500 enable
peer AS65500 route-policy SET_COMM export
peer AS65500 advertise-community
#
Verificando a marcação enviada por R1 do prefixo 192.168.111.0/24:
[R4] display bgp routing-table ipv4 192.168.111.0
BGP local router ID: 192.168.44.4
Local AS number: 65507
Paths: 1 available, 1 best
BGP routing table information of 192.168.111.0/24:
From : 192.168.24.2 (192.168.22.2)
Rely nexthop : 192.168.24.2
Original nexthop: 192.168.24.2
OutLabel : NULL
Community : <65500:90>
AS-path : 65500
Origin : igp
Attribute value : pref-val 0
State : valid, external, best
IP precedence : N/A
QoS local ID : N/A
Traffic index : N/A
Em resumo, as operadoras utilizam communities BGP para manipulação de grande quantidade de prefixos para fins de políticas de roteamento, blackhole, etc. Grandes corporações também as utilizam para identificação de rotas de empresas filiais, rotas aprendidas em fusões com outras empresas, políticas de roteamento, redes de serviço e mais.
O atributo BGP Preferred_value permite ao roteador examinar internamente as atualizações BGP decidir a rota preferêncial.
O atributo não é encaminhado nas mensagens BGP e possui apenas função local em um roteador. Para aqueles que estão acostumados a configuração do protocolo BGP em roteadores Cisco com IOS, a funcionalidade é idêntica a configuração BGP weight, que é proprietária.
O Preferred_value é eficiente quando há a necessidade de manipular um destino na saída de um AS, em meio múltiplas rotas.
Vence a rota com maior valor do Preferred_value e é possível configurar valores entre 0 e 65535.
Por padrão os prefixos aprendidos via eBGP possuem o valor como 0 e o Preferred_Value é o parâmetro preferencial para escolha da melhor rota.
Seleção de rotas BGP
Segue abaixo a lista com a ordem para escolha da melhor rota na tabela BGP:
Seleciona a rota com maior preferred_value (similar ao weight da Cisco).
Seleciona a rota com maior Local_Pref.
Seleciona a rota originada pelo roteador local.
Seleciona a rota com menor AS-Path.
….
Exemplo de Configuração
No exemplo abaixo iremos manipular o roteamento do AS 64507 para o prefixo 2001:db8:3::/64 anunciado pelo AS 64500, para o roteador RA escolher o caminho via RC (next-hop 2001:db8:13::3). O exemplo de configuração é o mesmo para os prefixos IPv4.
Script de configuração de um roteador MSR com o Comware 7
ipv6 prefix-list abc index 10 permit 2001:DB8:3:: 64
! Configurando a prefix-list da rede 2001:db8::3/64
#
route-policy SET_PV permit node 10
if-match ipv6 address prefix-list abc
apply preferred-value 200
! Criando a route-map para aplicar o Preferred_value 200 a prefix-list abc
#
bgp 64507
peer 2001:DB8:12::2 as-number 64500
peer 2001:DB8:13::3 as-number 64500
#
address-family ipv6 unicast
network 2001:DB8:1:: 64
peer 2001:DB8:12::2 enable
peer 2001:DB8:13::3 enable
peer 2001:DB8:13::3 route-policy SET_PV import
! Aplicando a route-policy SET_PV para os prefixos aprendidos pelo peer
#
Verificando a tabela de roteamento
[RA]display bgp routing-table ipv6
Total number of routes: 3
BGP local router ID is 192.168.11.1
Status codes: * - valid, > - best, d - dampened, h - history,
s - suppressed, S - stale, i - internal, e – external
Origin: i - IGP, e - EGP, ? - incomplete
* >e Network : 2001:DB8:2:: PrefixLen : 64
NextHop : 2001:DB8:12::2 LocPrf :
PrefVal : 0 OutLabel : NULL
MED : 0
Path/Ogn: 64500i
* >e Network : 2001:DB8:3:: PrefixLen : 64
NextHop : 2001:DB8:13::3 LocPrf :
PrefVal : 200 OutLabel : NULL
MED : 0
Path/Ogn: 64500i
* e Network : 2001:DB8:3:: PrefixLen : 64
NextHop : 2001:DB8:12::2 LocPrf :
PrefVal : 0 OutLabel : NULL
MED :
Path/Ogn: 64500i
Veja que a rota “best” para o prefixo 2001:db8:3::/64 está com o Preferred_value como 200.
O Fax (abreviação de fac-símile) é a transmissão telefônica de material impresso digitalizado (texto e imagens), normalmente para um número de telefone conectado a uma impressora ou outro dispositivo de saída.
O protocolo T.38 permite transmitir mensagens de fax através de uma rede IP em tempo real (na velocidade da transmissão). Os aparelhos de FAX não necessariamente precisam obter informações sobre a rede e podem continuar a enviar as suas mensanges no padrão T.30.
O padrão T.38 Fax Relay foi concebido em 1998 como uma maneira de permitir que a mensagem via fax a seja transportadas através de redes IP entre terminais de fax existentes no padrão do Grupo 3.
Existem outros protocolos de envio de FAX sobre IP mas o padrão do ITU é o T.38.
Como T.38 Fax Relay funciona?
Os dados modulados pelo fax analógico são digitalizados pelo DSP (Digital Signal Processor) no gateway e as informações são geradas em binário.
A informações em binário são encapsuladas no pacote T.38 e então transportada pela rede IP.
O DSP no gateway de destino extrai a informação transportada pelo pacote T.38 e modula dentro do sinal de fax analógico tradicional.
Configuração
No exemplo abaixo utilizaremos o mesmo exemplo do Configuration Guide do MSR 3012 para Voz, utilizando SIP entre duas localidades.
Os novos Roteadores MSR da HP possuem suporte para a configuração em IRF. O IRF é uma tecnologia que permite transformarmos diversos Switches ou Roteadores físicos em um único equipamento lógico. Todos os equipamentos serão visualizados como uma única “caixa”, aumentando a disponibilidade da rede.
A recomendação é efetuar o IRF com equipamentos da mesma família e modelo, mas há dispositivos que suportam equipamento da mesma família, mas com diferentes modelos. É bom pesquisar caso a caso.
O cenário abaixo foi construído utilizando o simulador HCL utilizando 2 Roteadores em IRF conectando um Router-Aggregation com um Switch 5820.
Configurando o IRF
Segue abaixo o passo-a-passo da configuração:
1º altere o irf-member ID do segundo Roteador (por padrão o member ID é 1) e o priority de cada equipamento para eleição do Master (vence o maior valor).
R1
[ROUTER]irf-port 1
[ROUTER-irf-port1]port group interface GigabitEthernet 0/0
[ROUTER-irf-port1]quit
R2
[ROUTER]irf-port 2
[ROUTER-irf-port2]port group interface GigabitEthernet 0/0
[ROUTER-irf-port2]quit
Habilitando o IRF
R1
[ROUTER]chassis convert mode irf
The device will switch to IRF mode and reboot.
You are recommended to save the current running configuration and specify the configuration file for the next startup. Continue? [Y/N]:y
Do you want to convert the content of the next startup configuration file flash:/startup.cfg to make it available in IRF mode? [Y/N]:y
Now rebooting, please wait...
R2
[ROUTER]chassis convert mode irf
....
Comandos display
[ROUTER]display irf
MemberID Role Priority CPU-Mac Description
*+1 Master 31 90eb-4082-0100 ---
2 Standby 30 94cc-d87d-0200 ---
--------------------------------------------------
* indicates the device is the master.
+ indicates the device through which the user logs in.
The Bridge MAC of the IRF is: 90eb-4082-0100
Auto upgrade : yes
Mac persistent : 6 min
Domain ID : 0
Auto merge : yes
[ROUTER]display irf configuration
MemberID NewID IRF-Port1 IRF-Port2
1 1 GigabitEthernet1/0/0 disable
2 2 disable GigabitEthernet2/0/0
No VMWare Workstation clique em “File” e “New virtual Machine…“. Depois escolha a opção “Custom (Advanced)”, clique em next e next.
Escolha o diretório que para instalar a imagem ‘.iso’ e avance.
Em ‘Select a Guest Operating Sytem” Escolha a opção “Other”, “FreeBSD” e avance.
Escolha o nome da sua máquina virtual, depois escolha o diretório para salvar e avance.
Escolha a quantidade de processadores.
Obs: O software do HP VSR1000 pode ser baixado gratuitamente com liberdade para uso de todas as features com a performance limitada a 5Kpps. O período trial dura 60 dias (para utilização de 1 CPU).
Para a quantidade de memória escolhi 1024 para fazer o lab. Defina e clique em “Next”.
Em “Network type”, utilizei “bridged networking”
Em “Select I/O Controller Types”, selecione “LSI Logic”
Em “Select a Disk type” escolha “SCSI”.
Em “Select a Disk”, escolha “Create a New Virtual Disk”.
Em “Specify Disk Capaciy”, escolhi 8Gb de memória e “Split virtual disk into multiple files”.
…clique em Next..
Antes de finalizar, vá para “Customize Hardware” para adicionar as interfaces GigabitEthernet.
Repita o processo para quantas interfaces você desejar.
obs:Tenho utilizado 4 interfaces para Lab.
Clique em Finish..
Após iniciar a VM.. escolha Fresh Install, yes e yes. 🙂
Após finalizar o processo inicial de instalação já é possível utilizar o HP VSR 1000
Comunicação com a LAN
Se estiver com problemas de comunicação com a rede local abra o “Virtual Network Editor” e escolha a interface para saída. No meu caso para o Lab eu escolhi a minha interface Wireless.